domingo, 24 de janeiro de 2010

“Existem verdades que a gente só pode dizer
depois de ter conquistado o direito de dizê-las.”
(Jean Cocteau)


Mas aí, como disse certa vez Luís Fernando Veríssimo, quando a gente acha que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas.



"Quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustăo. Doze meses dăo para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovaçăo e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar, que daqui para diante vai ser diferente."

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010


Uma pequenina mudança hoje acarreta-nos um amanha
profundamente diferente.
São grandes as recompensas para aqueles que optam pelos
caminhos duros e dificeis,
...mas essas recompensas acham-se ocultas pelos
anos.
Toda escolha é feita inteiramente às cegas, e o mundo não nós dá a garantia
alguma.
A única maneira de evitar todas as escolhas assustadoras consiste em
deixar a sociedade e torna-se um ermitão, e tambem isso é uma escolha
assustadora.
O bom carater advém de seguirmos nosso supremo senso de retidão,
de confiarmos nos ideais sem querer estarmos certos de que darão certo.
Um dos
desafios de nossa aventura na terra consiste em nos elevarmos acima dos
sistemas mortos….guerras, religioes, naçoes, destruiçôes…recusarmos a fazer
parte deles, e em vez disso exprimirmos o que temos de melhor dentro de nós.
Não
importa  qual seja nossa habilitação, ou
nosso merecimento, nunca alcançaremos uma vida melhor até conseguirmos imágina-la
para nós próprios e permitir-nos tê-la.
Deus sabe que isso é verdade!
( Richard Bach – texto livro
Fugindo do Ninho)


"As mudanças nunca ocorrem sem inconvenientes, até mesmo do pior para o melhor." (Richard Hooker)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

oieee!!!




Hoje resolvi escrever de proprio cerebro (ao inves de punho, rsrs apesar de estar teclando..ehehhe) sem ctrl c/ctrl v, 
Bom gente nem parece mas se pararmos pra pensar, estamos quase no meio do mes de janeiro, em um piscar de olhos, e estaremos findando mais um mês, e que mês maluco é esse?

Primeiro, vem a epóca empolgante das festas, são mil preparativos, compras, e planeja, daqui planeja dali, tudo por menos de duas semanas que não ficam desapercebidas nem mesmo pelo mais desatento dos homens, mesmo sendo ele o mais humilde; á sempre o que preparar, ou a se planejar ao menos.
Logo depois chega a epóca das promessas, prometemos á nos mesmos isso e aquilo, fazemos listas, planos mirabolantes, para realizar no ano que se inicia.
Confesso que a mim, prometi apenas! e apenas literalmente! ser menos politica, (isso não é uma critica aos tais), mas , eu resolvi não prometer.
farei meu possivel e caso necessario tentarei o impossivel.
Mas sem neuras ou crises, apenas não quero levar o peso por toda minha vida.
Quero viver, de modo simples e real, cada minuto dos dias, das semanas e meses, 
Cheguei a conclusão de que os dias, não estão passandos mais rapidos nao, nós é que estamos passando por eles e de tao rapidos não os aproveitamos mais. Nao vivemos mais, estou me recompondo das bagagens que estou deixando, andei larguando magoas velhas, rancores, as carencias dos amigos, as tristezas vividas e até mesmo a svitorias, vou buscar o novo, sem carregar os fardos que me oprimiam, sabe aquela coisa de parar pra reavaliar... quero mais não! chega passou passou, sem essa de ficar remoendo, ou é apartir de agora vivendo!



quarta-feira, 6 de janeiro de 2010


O bigode do tigre
 
 
Uma jovem mulher chamada Yun Ok foi à montanha em busca de uma poção mágica do sábio ermitão que lá vivia.

O problema dela era o marido, que tanto amava.

Durante três anos ele estivera lutando na guerra e, de volta a casa, se mostrava muito estranho.

Não falava com ninguém, nem mesmo com ela e, quando fazia isso, era com aspereza.

Reclamava da comida, da casa, de tudo.

Em vez de trabalhar no campo de arroz, ficava as vezes no topo da montanha, com o olhar perdido, admirando o mar.

O ermitão disse para ela que o mesmo acontecia com muitos jovens que voltavam da guerra.

Mas a mulher insistiu que precisava de uma poção que fizesse o marido voltar a ser carinhoso e amável como era antes.

Depois de muito pensar, ele decidiu lhe dar uma poção.
Mas para fazê-la seria necessário um ingrediente fundamental:
um fio do bigode de um tigre vivo!

- Traga-me o bigode e darei o que queres?

- O bigode de um tigre vivo! - exclamou Yun Ok - Como farei para conseguir isso?

- Se esta poção é tão importante, terás êxito - disse o ermitão.

E abaixou a cabeça, encerrando a conversa.

Yun Ok voltou para casa e pensou muito em como fazer para obter o bigode de um tigre.

Um dia saiu de casa com um bolo de arroz e carne e foi ao lugar da montanha onde sabia que vivia um tigre.

Mantendo-se longe da cova, chamou o tigre para que viesse comer. O tigre não foi.

No dia seguinte ela voltou com outro bolo de arroz e carne, e desta vez se aproximou um pouco mais da cova.


Todos os dias voltava com comida, e a cada vez, se aproximava mais alguns passos da cova.

Pouco a pouco o tigre se acostumou a ver ela ali por perto.

Um dia ela chegou bem próximo e, desta vez, o tigre deu alguns passos em sua direção e se deteve.

Os dois ficaram se olhando, fixamente, por longo tempo.

No dia seguinte, aconteceu o mesmo. Estavam muito próximos e Yun Ok falava com voz suave e tranqüilizadora.

Depois de olhar cuidadosamente nos olhos de Yun Ok, o tigre comeu os alimentos que ela lhe oferecia.

Daí em diante, sempre que ia à montanha, encontrava o tigre esperando por ela no caminho.

Quando o tigre terminava de comer, ela podia acariciar a cabeça dele.
Quase seis meses haviam se passado desde a primeira visita.


Por fim, um dia, após acariciar a cabeça do animal, Yun Ok lhe disse:

E arrancou um dos bigodes!
- Oh, tigre, meu amigo, eu preciso de um dos seus bigodes. Não fique zangado comigo.

Ao contrário do que temia, o tigre não se importou.


Yun Ok desceu o caminho da montanha quase correndo, apertando fortemente o bigode na mão.


Na manhã seguinte, mal o sol surgia sobre o mar, já estava na casa do ermitão.

- Oh, sábio! - falou exultante - Consegui o bigode do tigre! Agora o senhor pode fazer a poção que fará meu marido voltar a ser carinhoso e amável.

O ermitão pegou o bigode, examinou e constatou que realmente era de um tigre.

- Sim, - disse o ermitão - você dominou o tigre, ganhando sua confiança e seu amor.

Então se inclinou e o deixou cair no fogo que ardia a seus pés.

- Mas o senhor jogou ele no fogo! – exclamou Yun Ok chorando - Tanto sacrifício para nada!
- Não! Não me parece que tudo foi em vão - respondeu ele. - O bigode já não faz falta.

Por acaso, um homem é mais cruel que um tigre?

Yun Ok, me deixa perguntar para você:

Responde menos ao carinho e a compreensão?

Se com carinho e paciência você ganhou o amor e a confiança de um animal selvagem, sem dúvida poderá fazer o mesmo com seu marido.

 Tsuneo Kobayashi


Pessoal recebi este texto, li; achei interessante, por isso estou postando espero que gostem. procurei o significado de ermitão; 
                                                                     


 OBS*

Eremita é uma pessoa que vive no ermo,por penitência...é um solitário. O ermo é um lugar deserto,e sem habitantes. Ermitão é sinônimo; mas, também é aquele que cuida duma ermida, que é uma capela,fora do povoado,isolada.
São pessoas que se isolam do convívio social.




Vestígios de um garrancho 


O grande momento de aprender a ler e a escrever pode vir mais cedo para alguns petizes, mais tarde para outros. 
Para alguns brasileiros, só vem na maioridade; para muitos, nunca vem. No meu caso, aconteceu quando estava cursando a primeira série do ensino fundamental, dos seis aos sete anos: foi como tivessem aberto uma arca do tesouro.

Devorar palavras com os olhos como um americano devora um Big Mac é comigo mesmo. Mas hoje vou falar da parte escrita – a leitura fica por sua conta.

Quando consegui segurar o lápis de modo confortável (e não mais com dureza, como se o objeto fosse um graveto qualquer), colocá-lo no papel e arriscar algumas mal-traçadas letras (aquele A completamente tremido e tão severo que muitas folhas seguintes ficavam marcadas), viciei. 
Mesmo quando a professora não pedia, eu completava um caderno de caligrafia atrás do outro. 
Caderno de caligrafia... Ainda existe isso? 

Ou está no mesmo limbo didático do mimeógrafo? Ao entrar na quinta série, os alunos do meu colégio podiam finalmente escrever com caneta a lição diária. Aí foi a minha perdição. Comprei uma daquelas geringonças de 100 cores e 300 cheiros e caprichava na letra como nunca.
Rabiscava palavras e frases nos livros, no canto da prova, na carteira, na sola de borracha do All-Star, na mochila.

Minha caligrafia transformou-se na típica feminina: redonda, cuidada, florida, pensada. A época em que eu enchia quatro folhas duplas de papel almaço (outro item do material escolar que ficou no limbo) com milhares de palavras desenhadas em esferográfica azul bico fino, e o tempo em que eu reconhecia minhas amigas pela letra de cada uma parecem tão distantes de nossa atualidade. 

Porque eu não escrevo mais daquele jeito. 

Aliás, quem escreve? Hoje minha caneta em forma de foguete foi substituída por um monte de teclas e minha folha de caderno virou um arquivo do Microsoft Word. 

A letra que sai não denota minha pressa ou meu capricho: o A sempre está com cara de A – isso se você escrever em Verdana. 
Em Arial ou em Times New Roman, é diferente. Ainda assim, não podemos mais reconhecer alguém pela caligrafia. 

O máximo de pista é um nome no e-mail. Não que esteja saudosista, pelo contrário! Já pensou o que seria dos blogs se tivéssemos de escrever um texto como este em caderno, xerocá-lo e enviar a todos os leitores? E isso cinco dias da semana? Haja caneta, papel e selo. 

Mas não posso negar o fato de que às vezes sinto falta do que era a minha letra. Fico horrorizada de pensar que só escrevo do jeito arcaico para fazer a lista de supermercado, deixar um bilhete á alguem,

A fluência foi-se. 

Não consigo mais seguir uma linha reta. No meio da ação apressada, olho para o papel e suspiro. Parece com o garrancho que saía quando estava aprendendo a traçar as palavras.

É isso mesmo: percorri todo esse caminho para assistir à triste involução do meu traço. 

Caderno de caligrafia, onde está você para me socorrer? 

P*S*


( Texto tirado[mas um  pouco modificado] dos Garotas dizem Ni o blog mais fantastico que já li.)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz ano Novo!

"Para você ganhar belíssimo Ano Novo
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz,
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido
(mal vivido talvez ou sem sentido)
para você ganhar um ano
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras,
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;
novo
até no coração das coisas menos percebidas
(a começar pelo seu interior)
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota,
mas com ele se come, se passeia,
se ama, se compreende, se trabalha,
você não precisa beber champanhe,
não precisa expedir nem receber mensagens
(planta recebe mensagens?
passa telegramas?)

Não precisa
fazer lista de boas intenções
para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumadas
nem parvamente acreditar
que por decreto de esperança
a partir de Janeiro as coisas mudem
e seja tudo claridade, recompensa,
justiça entre os homens e as nações,
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,
direitos respeitados, começando
pelo direito augusto de viver.

Para ganhar um Ano Novo
que mereça este nome,
você, meu caro, tem de merecê-lo,
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil,
mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo
cochila e espera desde sempre.


Carlos Drummond de Andrade